Antigo Regime
A
crise do sistema feudal, iniciada a partir do século XI, contribuiu para a
formação do Antigo Regime. Entre os séculos V e XV, o sistema feudal foi
predominante na Europa.
O
apoio da burguesia e de parte da
nobreza, fortaleceu o poder dos reis e possibilitou gradativamente, a
centralização política dos reinos, que foram se constituindo em Estados, ou
seja, grandes extensões territoriais que tinham suas próprias leis e um governo
forte e centralizado. Esse contexto
histórico europeu ficou conhecido como Antigo
Regime e estendeu entre os séculos XVI e XVIII..
A
partir do século XVI, muitos estados modernos adotaram determinadas práticas
econômicas que mais tarde ficaram
conhecidas como mercantilismo. Sua
principal característica era a forte
intervenção do Estado na economia.
Apesar das variações de um país pelo outro,
os objetivos comuns dos estados centravam-se na acumulação de metais preciosos,
como ouro e prata. Essa pratica ficou conhecida como metalismo.
A
sociedade européia do Antigo regime era dividida em três camadas sociais:
O Primeiro Estado: era
composto pelo alto e baixo clero.
O Segundo Estado: era
formado por príncipes, duques, condes e barões.
O Terceiro Estado: Todos
aqueles que não faziam parte da nobreza e do clero faziam parte desse grupo.
Era composto, por exemplo, por burgueses, artesãos, camponeses e pessoas livres e pobres.
A
centralização do poder na Espanha e em Portugal impulsionou a expansão marítima
e a conquista de territórios.No século XVI, (Absolutismo Espanhol) a Coroa espanhola deu um grande incentivo
financeiro à expansão marítima e investiu na colonização de territórios
distantes. O Absolutismo português começou
a ganhar força no século XV, quando D. João II assumiu o trono português e
reforçou a centralização do poder em suas mãos.
O Absolutismo Inglês vigorou do século XV
ao XVII.O início foi datado no final do século XV, quando o Henrique Tudor assumiu o trono inglês e procurou centralizar
o podernem mãos além de investir na melhoria em frotas naval de seu país.
O Absolutismo Francês foi na França que o
absolutismo alcançou sua expressão máxima. Na época do Antigo Regime francês, o
poder estava fortemente
centralizado nas mãos do rei. Era
ele que controlava a economia e o desenvolvimento comercial do Estado. O
monarca conhecido como “Rei Sol” foi o
que melhor incorporou o ideal do poder absoluto.
No
período do Antigo Regime, teve início a divisão entre o público e o privado. É
comum a utilização do “público” em oposição do “privado”.
Assim o “público” pode designar alguma coisa que pertence ao povo (coletividade)
ou ao Estado. Já o conceito “privado” refere-se ao ambiente doméstico, familiar
ou atividade particular de um indivíduo do grupo. Dessa forma, há diversas
características que separa o público do privado.
A partir do século XVI, na Europa, o Estado
passou a interferir cada vez mais nos espaços sociais da comunidade. No final
da Idade Média, geralmente a as pessoas de uma mantinham vínculos de dependência
entre si. Durante a transição da Idade Média
para a Idade Moderna, além das transformações, os costumes também sofreram
mudanças. Criaram novos Hábitos nas Sociedades
ocidentais.
A época áurea do "Ancien Régime" (Antigo Regime)
constitui o período que vai aproximadamente do século XV ao XVIII, quando
floresceram as monarquias na Europa e do qual tivemos apenas um apagado
finalzinho com a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808.
O apogeu desse Regime se processou principalmente com o fausto dos salões nos palácios da França, e graças a um componente especial que foi a Corte, com sua estrutura de funcionamento em que sobressaíam as regras de etiqueta e os princípios de honra.
A Corte – um espaço hoje inexistente – juntava o público e o privado em torno do rei, sua família e os senhores de maior poder. Seu aprimoramento ‘coincide’ com o fim do feudalismo e prenuncia o Estado moderno fortalecido pelo poder real concentrado.
Foi só depois de muitas lutas, mudanças territoriais, deposições, casamentos por interesse e assassinatos é que surgiram as monarquias europeias, oriundas da junção de pequenos reinos. Nesse ambiente cortesão, nasceu então a necessidade da existência de um conjunto de regras e princípios que se pode chamar de etiqueta, uma espécie de ritual que regulava a vida na Corte.
Desse modo, a “busca de uma vida bela” e luxuosa constituiu o objetivo de um dos primeiros e maiores reinos – o do duque de Borgonha –, em torno do qual desfilava a nobreza da Corte. Saídos da lida dura das guerras, esses nobres passaram a uma vida ‘difícil’ porque sedentária, e precisavam dominar a sua violência aprendida e desenvolvida nas contínuas guerras. A etiqueta apareceu então como uma necessidade social para refrear os impulsos, enfatizar sentimentos e facilitar o convívio.
Interessantes informações como essas estão no pequeno volume "A etiqueta no Antigo Regime", de Renato Janine Ribeiro (Editora Moderna, 63 páginas), do qual extraímos algumas curiosidades.
O capítulo intitulado “As boas maneiras” conta que no século XI uma princesa de Bizâncio casou-se com o Doge de Gênova e trouxe em sua bagagem um garfo, pois sabia que na Europa este instrumento era desconhecido. No Ocidente só se usava a faca com que os homens cortavam carne, palitavam os dentes ou portavam como arma. A princesa oriental com o seu garfo escandalizou a Corte, sendo até acusada por um sacerdote de ímpia, provavelmente devido às semelhanças do instrumento com o tridente do diabo.
Naquela época, o Oriente era mais civilizado que o Ocidente, que só começou a manejar os talheres com o Renascimento, a partir do século XV.
Assim como o garfo, o uso do lenço foi outra prática que se iniciou na Renascença, e só se tornou mais difundida na época de Luís XIV, o rei-sol. Ensinava-se aos nobres que deviam usar sempre o lenço, lembrando que os camponeses assoavam o nariz no boné ou na roupa. O autor cita Giovanni della Casa: “Tu não deves, depois de te assoares, abrir o lenço e olhar o que este contém, como se pérolas ou rubis te houvessem descido do cérebro pelo nariz”.
A palavra etiqueta quer dizer “rótulo”, mas originariamente significava um “escrito num saco de processo”, para identificar, nos tribunais, os documentos de um processo. Depois passou a significar qualquer papel colocado em um objeto para indicar a sua natureza. Só mais tarde, no “Ancien Régime”, teve a acepção de conjunto de normas de comportamento.
Na França, a rainha Maria Antonieta ficou célebre por uma reverência com a cabeça e um olhar especial para colocar os nobres em seus devidos lugares como forma de etiqueta. Portanto, a etiqueta fazia parte do jogo social, por estabelecer hierarquias, normas e atitudes.
Com a Revolução Francesa, no final do Oitocentos, e a consequente subida da burguesia ao poder, a etiqueta, como comportamento leve e natural, desapareceu e com ela a vida prazerosa no Antigo Regime, passando a ser posteriormente e cada vez mais apenas um instrumento de competição de classes e de ascensão social.
O apogeu desse Regime se processou principalmente com o fausto dos salões nos palácios da França, e graças a um componente especial que foi a Corte, com sua estrutura de funcionamento em que sobressaíam as regras de etiqueta e os princípios de honra.
A Corte – um espaço hoje inexistente – juntava o público e o privado em torno do rei, sua família e os senhores de maior poder. Seu aprimoramento ‘coincide’ com o fim do feudalismo e prenuncia o Estado moderno fortalecido pelo poder real concentrado.
Foi só depois de muitas lutas, mudanças territoriais, deposições, casamentos por interesse e assassinatos é que surgiram as monarquias europeias, oriundas da junção de pequenos reinos. Nesse ambiente cortesão, nasceu então a necessidade da existência de um conjunto de regras e princípios que se pode chamar de etiqueta, uma espécie de ritual que regulava a vida na Corte.
Desse modo, a “busca de uma vida bela” e luxuosa constituiu o objetivo de um dos primeiros e maiores reinos – o do duque de Borgonha –, em torno do qual desfilava a nobreza da Corte. Saídos da lida dura das guerras, esses nobres passaram a uma vida ‘difícil’ porque sedentária, e precisavam dominar a sua violência aprendida e desenvolvida nas contínuas guerras. A etiqueta apareceu então como uma necessidade social para refrear os impulsos, enfatizar sentimentos e facilitar o convívio.
Interessantes informações como essas estão no pequeno volume "A etiqueta no Antigo Regime", de Renato Janine Ribeiro (Editora Moderna, 63 páginas), do qual extraímos algumas curiosidades.
O capítulo intitulado “As boas maneiras” conta que no século XI uma princesa de Bizâncio casou-se com o Doge de Gênova e trouxe em sua bagagem um garfo, pois sabia que na Europa este instrumento era desconhecido. No Ocidente só se usava a faca com que os homens cortavam carne, palitavam os dentes ou portavam como arma. A princesa oriental com o seu garfo escandalizou a Corte, sendo até acusada por um sacerdote de ímpia, provavelmente devido às semelhanças do instrumento com o tridente do diabo.
Naquela época, o Oriente era mais civilizado que o Ocidente, que só começou a manejar os talheres com o Renascimento, a partir do século XV.
Assim como o garfo, o uso do lenço foi outra prática que se iniciou na Renascença, e só se tornou mais difundida na época de Luís XIV, o rei-sol. Ensinava-se aos nobres que deviam usar sempre o lenço, lembrando que os camponeses assoavam o nariz no boné ou na roupa. O autor cita Giovanni della Casa: “Tu não deves, depois de te assoares, abrir o lenço e olhar o que este contém, como se pérolas ou rubis te houvessem descido do cérebro pelo nariz”.
A palavra etiqueta quer dizer “rótulo”, mas originariamente significava um “escrito num saco de processo”, para identificar, nos tribunais, os documentos de um processo. Depois passou a significar qualquer papel colocado em um objeto para indicar a sua natureza. Só mais tarde, no “Ancien Régime”, teve a acepção de conjunto de normas de comportamento.
Na França, a rainha Maria Antonieta ficou célebre por uma reverência com a cabeça e um olhar especial para colocar os nobres em seus devidos lugares como forma de etiqueta. Portanto, a etiqueta fazia parte do jogo social, por estabelecer hierarquias, normas e atitudes.
Com a Revolução Francesa, no final do Oitocentos, e a consequente subida da burguesia ao poder, a etiqueta, como comportamento leve e natural, desapareceu e com ela a vida prazerosa no Antigo Regime, passando a ser posteriormente e cada vez mais apenas um instrumento de competição de classes e de ascensão social.
Veja
mais sobre o Antigo Regime no vídeo abaixo:
Por: Pauliane Boscardini
Parabéns, ficou lindo. Beijos, Geovana.
ResponderExcluirObrigada Geovana, beijos.
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