A África no século XIX

 A África no Século XIX 





O continente africano apresenta uma grande diversidade étnica e cultural desde a antiguidade. Ao longo do século XIX, o continente sofreu diversas transformações como a constituição de Estados nacionais, a expansão do islamismo e o domínio das nações imperialistas. 





Shaka, o líder zulu 



Transformações no Continente Africano 

Durante o século XIX ocorreram diversos conflitos no continente africano. Dois fatores contribuíram para a intensificação da violência: a busca por escravos e a disposição de armas de fogo. Outras consequências desse processo foram a centralização política nos Estados africanos e o crescente movimento expansionista entre as nações africanas. 

Nesse sentido, diversos estados foram unificados e subjugados não apenas nos planos econômico e político, mas também culturalmente, pois os povos conquistados assimilaram diversos traços culturais de seus conquistadores como a língua e a religiosidade. 

Provavelmente, o principal estímulo que causou a aculturação de diversos povos tenha sido a religião, sobretudo o islamismo. De acordo com a fé islâmica, todo fiel deve colaborar para a expansão de sua religião, seja por meio da pregação ou da luta armada – esse princípio é conhecido como jihad.



Em 1804, Osmã den Fodio, líder dos fulanis, iniciou o processo de dominação sobre cidades hauçás que culminou na formação de um califado com sede na cidade de Sokoto. Uma vez dominados, os hauçás foram privados de diversos costumes de sua cultura, sendo obrigados a se converterem à fé islâmica, abandonando seus antigos rituais, além de aprenderem o idioma árabe. 

Outro processo de dominação ocorreu na região Sul do continente africano, com a formação do Império Zulu. A principal causa da incorporação política foi o superpovoamento da região ocupada por povos do idioma banto, uma vez que a escassez de alimentos forçou a união de grupos sociais que, com o tempo, apresentaram uma centralização política. 

Dentre os diversos grupos, os ngunis, liderados por Dingismayo, conseguiram conquistar a maioria dos povos bantos. Posteriormente, um hábil chefe militar chamado Shaka liderou os ngunis na formação do Império Zulu. 



O imperialismo 

O imperialismo foi um processo de dominação política, econômica e cultural exercido por nações europeias, os Estados Unidos e o Japão. 

Essa dominação foi posta em prática durante o século XIX na África, Ásia e Oceania. 

Dentre as principais causas do imperialismo, podemos dizer que o desenvolvimento trazido pela Revolução Industrial é a principal delas, haja vista que o desenvolvimento técnico-científico proporcionou uma produção extraordinária de mercadorias que não puderam ser absorvidas pela população das nações industrializadas. A solução para os capitalistas foi conquistar novas colônias, garantindo-lhes novas fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores. 

No entanto, a necessidade econômica das nações industrializadas não justificava por si só a dominação de outros povos. A solução encontrada foi a ideia do “fardo do homem branco”. A partir de uma perspectiva racista e preconceituosa, difundiu-se a ideia de que os povos dos continentes conquistados se encontravam numa escala evolutiva inferior à do homem branco, cabendo a este o “dever” de civilizar as nações atrasadas. Tal concepção serviu de argumento para a intervenção europeia no continente africano. 

 A Partilha e a Colonização da África 

A presença europeia na África já havia se intensificado desde o século XVI, com o crescimento do tráfico negreiro. No entanto, até o século XIX a presença dos europeus se dava, principalmente, nas áreas litorâneas do continente. 

Posteriormente, os conquistadores europeus entraram no continente e passaram a dominar áreas sob o regime de protetorado, em que determinada área está sob a proteção de uma nação estrangeira. Todavia, na prática as nações europeias exerciam o poder político na região. 




 O imperialismo na África se consolidou em 1885, quando Otto Von Bismarck, chanceler alemão, convocou a Conferência de Berlim, reunião que contou com 13 nações europeias, os Estados Unidos e o Império Otomano. Na ocasião, o continente foi dividido entre essas nações num episódio que ficou conhecido como partilha da África.

A dominação do continente africano representou, para as nações desenvolvidas, uma importante etapa do desenvolvimento capitalista. Entretanto, para os africanos essa experiência foi bastante trágica. Muitas nações foram obrigadas a se submeterem à língua, religião e orientação econômica de seus dominadores. 



Curiosidades 

Por que as nações europeias só decidiram colonizar a África no século XIX? 

[...] Várias são as razões que podem ser mencionadas para explicar o motivo de os europeus não terem se empenhado em adentrar os territórios africanos, se contentando com suas atividades costeiras, talvez porque elas eram suficientemente vantajosas para que não investissem em algo que já era bem lucrativo. Também porque encontraram sistemas de troca, rotas de abastecimento, regras de negociação já estabelecidas e eficazes, às quais era mais fácil se integrar do que tentar impor algo diferente. 

Além disso, as sociedades locais não favoreciam em nada a penetração do território pelo estrangeiro branco. Defendiam seus espaços com perícia diplomática e empenho.

Imagens 








Vídeo 
https://youtu.be/qB2RBaUkbWU


Por: Maria Eduarda Faber

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